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A origem do Biscoito

Biscoito (do latim biscoctu, que significa “cozido duas vezes”), também referida por bolacha em variações linguísticas no Brasil, é um produto de doçaria confeccionado à base de farinha, açúcar e um emulsionante, que pode ser leite ou uma gordura. O nome provém de um tipo de doce feito com pedaços de bolo que são novamente colocados no forno, para se tornarem mais crocantes, por sua baixa concentração de água e umidade nunca superior a 5% (a do leite em pó, por exemplo, é 3%), e também pela malha de glúten, em termos moleculares um polímero orgânico, cuja principal característica é a capacidade de retenção de gases.

A História

O biscoito era a base alimentar das tripulações que se deslocavam nas naus dos descobrimentos portugueses durante os séculos XV e XVI, tanto para a carreira da Índia, como para o Brasil. Consistia num pão de farinha de trigo, de forma achatada, cozido forno duas, três ou mais vezes, de modo a assegurar-lhes a durabilidade das suas qualidades alimentares durante muito tempo, deveria ser muito duro como haste de cornúpeto. Chegou a ser tal a procura de biscoito para aprovisionar as armadas dos navios que houve a necessidade de importá-los de Espanha. O padre Raphael Bluteau na sua obra “Vocabulário Português e Latino”, chama-lhe mesmo “pão do mar” ou pão náutico. Em 1498, a ração de biscoito, por cada tripulante era de 28 arráteis por mês (o arrátel equivale a 459 gramas) o que dá um pouco mais de 12 quilos, isto é, 428 gramas por dia. Na Índia, para substituir o trigo, fazia-se uma massa de “sagu”, substância farinácea extraída da parte central de algumas palmeiras e que podia conservar-se até vinte anos.

Hoje vamos conhecer mais sobre o biscoito e suas origens:

Segundo as lendas, os antigos comiam grãos crus, moendo-os lentamente e triturando com os dentes, com isso surgiu à idéia de se amassar os grãos entre duas pedras, misturando água àquela massa e secá-la ao fogo, tornando-a numa pasta seca e dura.

Entre os egípcios, os biscoitos já pareciam bolachas secas e eram servidos adocicados com mel – uma vez que o açúcar ainda não era conhecido. Era objeto de gentileza entre a casta nobre, feitos para dar de presente aos amigos. Na época, um especialista em fabricar os biscoitos era em geral um escravo, já que a receita era passada de geração para geração entre estes. Um especialista em biscoitos podia ser comprado, alugado ou tomado à força. Era um escravo de luxo.

Biscoito 1

O Prelúdio do Biscoito

A palavra biscoito tem origem de duas palavras francesas: “Bis” e “Coctus” e significa “cozido duas vezes”. Isso porque o biscoito surgiu da necessidade de viajantes carregarem seu próprio alimento, no caso o pão, e esse precisava ser cozido duas vezes, para ter menos umidade e, assim, durar mais tempo. Ele virava, portanto, um “pão duro”.

A forma que o pãozinho seco tomou foi a de um pequeno pastel recheado de carne, que era chamado de “pão do viajante”. Esse pão também foi usado para alimentar soldados durante guerras.

A popularidade do “biscoito” aumentou, rapidamente e, na Europa, em meados do século XVII, começou-se a adicionar chocolate ou chá ao biscoito. Criando o sabor e aroma, desde então para estimular as suas vendas, investia-se nos mais variados tipos de gostos e aromas. O progresso dos negócios dos biscoitos alertou as municipalidades para uma boa fonte de renda. Este súbito crescimento do comércio de biscoitos determinou, em retorno, uma busca por métodos e modos mais econômicos e de maior rendimento para sua fabricação, ali começava a industrialização do biscoito.

Biscoito 2

O mais famoso dos biscoitos foi criado em 1874, para comemorar as bodas da duquesa Maria Alexandrovna da Rússia com o Duque de Edimburgo. O casamento foi realizado em 23 de Janeiro de 1874. A cerimônia foi realizada no palácio de inverno em São Petersburgo. Para comemorar a ocasião, uma pequena padaria inglesa criou o hoje internacionalmente conhecido biscoito Maria, com o nome da Grã-Duquesa escrito sobre ele. O casamento, no entanto, não foi feliz, e a esposa era vista pela sociedade de Londres como arrogante.

O biscoito Maria na sua saga pela Europa tornou-se parte integrante da cultura nacional espanhola. Durante os anos da guerra civil, a Espanha mergulhou em uma pobreza profunda. Quando a guerra terminou em 1939 a prioridade era que cada cidadão tivesse pão suficiente. Dedicaram-se à lavoura do trigo e as colheitas foram abundantes.

Com os excedentes de trigo os padeiros despejaram no mercado grandes quantidades de caixas de biscoito Maria. Foi considerado símbolo da prosperidade na economia e sinal da recuperação do país.

Industrialização e Exportação – O Biscoito, Bolacha ou Cookie que conhecemos hoje

A Inglaterra mostrou ser um bom mercado produtor. Lá se fabricavam vários tipos de biscoitos muito saborosos e procurados. Ela logo começou a exportar o produto para suas colônias e em pouco tempo quase todas as cidades importantes dos Estados Unidos já consumiam o “biscoito para chá e café dos ingleses”.

Nos seus primeiros anos de colônia, os Estados Unidos não tinha condições de fabricar os biscoitos. Mas, reconhecendo a importância do mercado, não demorou muito para importar da Inglaterra os equipamentos necessários e deram início a uma florescente indústria de biscoitos. O passo seguinte, em razão da necessidade de fabricarem peças de reposição para as máquinas, foi logicamente à implantação, no norte, das indústrias para a fabricação de equipamentos de biscoitos.

Estava assim determinado o declínio das importações de biscoitos ingleses e o início da indústria norte-americana de biscoitos.

Daí em diante, a evolução se fez de forma acelerada, até mesmo o nome inglês “biscuit” foi abandonado e os produtos americanos foram rebatizados de “cookies”.

Hoje se pode contar com mais de 200 tipos de biscoitos, entre doces e salgados, com uma indústria altamente especializada, de formulações perfeitas e um total controle do seu mercado dentro de um processo de sofisticação muito desenvolvido.

O que havia começado com um trabalho escravo, ao tempo dos gregos, romanos e dos egípcios, hoje faz parte de um complexo industrial, dos mais importantes dentro do setor de alimentação.

Biscoito ou Bolacha

Bolacha ou Biscoito? A diferença entre os termos está na maneira do preparo. Ambos são feitos com massa de farinha de qualquer cereal, com ou sem açúcar, gordura ou levedura. Normalmente as bolachas são secas, enquanto os biscoitos podem ser secos ou úmidos. Apesar da pluralidade em seus formatos, as bolachas distinguem-se dos biscoitos por estes raramente serem planos.